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Alfaces, Bananas, laranjas, pães caseiros e doces. Muitas cores e sabores em clima de feira. Assim foi o 2° encontro da Agricultura Familiar na cidade de Mariana nesta quarta-feira (17 de outubro), a fim de estimular a alimentação saudável e o consumo consciente. O evento aconteceu com parceria da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), NUPEDES, CNPq com a Prefeitura de Mariana, SEDRU e EMATER.
O programa de extensão Agricultura Familiar desenvolve ações que vão desde a compra de alimentos para o restaurante universitário, a realização de feiras pelos campus, até o uso de tecnologias tradicionais ecossustentáveis
Marisa Alice, coordenadora do evento e do Circula Agricultura, declarou que os projetos têm cumprido com seu objetivo, principalmente de integrar os agricultores à Ufop. Segundo ela o Encontro da Agricultura Familiar na sua primeira edição em 2016 buscou divulgar os projetos, fator preponderante para que em 2018 colhesse frutos do crescimento desse setor e realizasse a segunda edição do evento, que contou com a presença dos agricultores locais. “Graças a todo esse movimento, hoje a Ufop se tornou a universidade do Sudeste que mais compra produtos da agricultura familiar e isso causa impacto social, econômico, além de garantir a segurança alimentar, então a gente busca inovar e atender todas as demandas da comunidade que vão surgindo nesse sentido", comemora a professora.
No evento participaram alunos dos quatros projetos de extensão que fazem parte dos programas: Circula Agricultura, Sucessão Rural, Compra Institucional e Gestão Financeira.
A mesa de abertura contou com autoridades do Município de Mariana, dentre eles o prefeito Duarte Júnior, Pedro Moreira (secretário de Desenvolvimento Agrário de Mariana), representantes da Pró reitoria de Extensão da Universidade Federal de Ouro Preto e membros de instituições ligados ao setor agrícola.
Segundo Leleco Pimentel, participante da feira e animador do Cortejo da Agricultura Familiar, o tipo de produção é um ato político. “Em tempos de desmonte de política pública contra a agricultura familiar e de votação do pacote do agrotóxico, que permite e incentiva o uso de veneno no cultivo, um evento desses, além de uma animação e empolgação para os feirantes, é um ato de resistência”, diz o feirante.
O encontro buscou incentivar e valorizar o cultivo da terra, entender a agricultura familiar como meio de sustento para diversas famílias e possibilitou a troca de experiências e saberes tradicionais.
O prefeito Duarte Júnior ressaltou que em Mariana essa alternativa à produção agrícola está sendo significativa para os produtores rurais após o desastre. Atualmente 30 a 40% das escolas da região consomem produtos dos agricultores locais.
Célia dos Santos, moradora de Cachoeira do Brumado, é um dos exemplos. Pães, bolos e outros quitutes foram comercializados em sua banca durante o evento, onde suas receitas se apresentam como “receita própria, de família”, os mesmos produtos que todas às quartas-feiras são vendidos no Instituto de Ciência Sociais e Aplicadas (ICSA), através do projeto Circula Agricultura. A agricultora enfatiza as vantagens em participar do projeto: “Como moro em sítio, isolado, acabo vindo pra cidade para poder vender, muitas pessoas compram, principalmente estudantes”, afirma
O 2° Encontro da Agricultura familiar na UFOP fez parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizado pela Universidade Federal de Ouro Preto e demais instituições de ensino federal.