Sujeitos de suas histórias

Coordenação: KARINA GOMES BARBOSA DA SILVA (karina.barbosa@ufop.edu.br)

Acessoria: AÇÕES INSTITUCIONAIS - PROEX/UFOP

Setor: DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOC. COM. SOCIAL - JORN.SERV.SOCIAL (DECS)

Resumo: O programa, em atuação desde 2015 e institucionalizado pela PROEX/Ufop em 2018, situa comunidades de Mariana - moradores da cidade e sujeitos atingidos, direta ou indiretamente, pelo rompimento da barragem de Fundão - como cidadãos, protagonistas nos processos de leitura, crítica, produção e circulação de narrativas verbo-visuais, audiovisuais, sonoras, informativas, educativas, lúdicas. Narrativas que desvelam e resgatam cotidianos, histórias, pertencimento, cidadania, memórias de lugares, pessoas, afetos, em busca de captar e construir identidades, demarcar direitos e erigir imaginários, bem como desconstruir preconceitos e propor imaginários alternativos. Narrativas que propõem alternativas de representação, comunicação e jornalismo. São ações ligadas a narrativas orais, sonoras e verbo-visuais, ao jornalismo cívico e à comunicação enquanto direito humano, prática social e dimensão fundamental da vida. As ações do programa concentram sua atenção em crianças e adolescentes, entendendo-os como sujeitos autônomos e fundamentais da comunicação e, ao mesmo tempo, sujeitos suscetíveis aos discursos midiáticos hegemônicos, os quais muitas vezes não os incluem, não os representam e os quais, muitas vezes, não decodificam. Portanto, o programa trabalha junto a esses sujeitos também - e constantemente - com educação midiática e literacia das mídias, para oferecer ainda essa dimensão crítica de atuação e consumo midiático. São ações, ademais, cuja importância é patente diante das situações cotidianas em que as hierarquias de gênero, atravessadas por raça e outras assimetrias de poder, se manifestam em violência e ódio; em que as infâncias são cada vez mais caladas e desrespeitadas, agredidas; em que os atingidos pelo colapso de Fundão vivem a iminência de um reassentamento que nunca chega para tentarem recomeçar as histórias de vida interrompidas em 2015; em que infâncias e adolescências desses sujeitos são vivenciadas sobre e a partir do trauma; em que a cidade de Mariana enfrenta um segundo colapso, urbano, de serviços, devido ao rompimento da barragem; em que a pandemia de covid-19 acrescentou outra camada de sofrimento e desterritorialização a essas comunidades, presas no entre-lugar provisório da sede de Mariana. Narrativas construídas em encontros que, em 2020, constituíram parte importante das possiblidades de sociabilidade de estudantes da Escola Municipal Paracatu de Baixo em isolamento social, ao integrarem oficialmente a carga horária das atividades remotas da escola.