CEMAR realiza 2ª roda de conversa do mês de outubro e debate a integração dos movimentos sociais e sociedade organizada à atividade extensionista

Outubro 30, 2020
Divulgação: Centro de Extensão de Mariana (CEMAR)

O Centro de Extensão e Cultura de Mariana (CEMAR) realizou, na última segunda-feira (26), a segunda roda de conversa sobre a curricularização da extensão da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Com o tema “A atividade extensionista e a parceria com movimentos sociais no contexto da curricularização”, a roda contou com a presença de representantes de diversos segmentos da UFOP e da comunidade.

As convidadas especiais para o encontro foram as professoras Joelma Albuquerque (UFAL) e Kathiuça Bertollo (UFOP) com a mediação e organização do professor André Freixo, vice-coordenador do CEMAR/UFOP e da professora Ada Brasileiro, coordenadora do CEMAR/UFOP. Com um longo currículo dentro do âmbito extensionista, a profª Joelma iniciou a sua fala fazendo uma retrospectiva histórica da extensão e ressaltou o quão importante é trabalhar o rompimento do paradigma universitário que distancia as instituições das comunidades onde se situam. 

Para Joelma, continuar valorizando a extensão e fazer dela uma manifestação cultural e política é dar continuidade à luta que foi traçada até o presente. Repensar a universidade, a forma de aprender e reconhecer que a sala de aula e a extensão formam alunos e alunas com aspectos distintos, seria, para a professora, o primeiro passo para romper com o distanciamento entre universidade e comunidade. 

A professora da UFAL relatou que na cidade em que está localizado o seu campus, em Alagoas, foi criado um “Conselho Consultivo Popular” para viabilizar a participação da sociedade civil organizada e movimentos sociais dentro da universidade. O conselho tem por objetivo garantir que haja participação ativa da comunidade dentro da instituição e que a troca de conhecimento seja mútua. 

Seguindo a fala, a profª Kathiuça, extensionista e vice-coordenadora do CEMAR, iniciou sua apresentação provocando os presentes com as seguintes perguntas: Produção de conhecimento, ciência e formação profissional para quê? Para quem? E como? 

De acordo com Kathiuça, o processo de curricularização é um ambiente que está em  disputa e em aberto e que tudo vai depender do sentido e com quem a universidade irá dialogar. Para a professora, fazer com que a universidade saia do limite de seus muros e que a comunidade adentre nas instituições é essencial e não o que acontece. 

Para que as ações extensionistas possam funcionar neste contexto de curricularização, é preciso ter financiamento, estrutura e incentivo, explica Kathiuça. A docente chama atenção para a denominação do que seria a “disciplina extensionista” que está sendo proposta. Segundo ela, o fato de carregar a nomenclatura de disciplina já faz com que o conceito de extensão fique limitado. Para que haja, de fato, extensão, a atividade não deve ser desenvolvida dentro da sala de aula. 

Após as apresentações, foi dado início à rodada de perguntas. Professoras (es), alunas (os), representantes de órgãos internos da UFOP e da sociedade organizada dialogaram com as convidadas acerca das dificuldades em trazer todos os alunos (as) para o âmbito da extensão e até que ponto a “disciplina extensionista” proposta estaria ou não dentro da ideia de extensão que vem sendo trabalhada e já regulamentada.

A roda teve duração total de 2h30 e está disponível no canal do Youtube da Pró-Reitoria de Extensão da UFOP (PROEX). Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=2JwSQLYeURY